Sobreviventes do massacre do Carandiru, 26 policiais militares da ativa e aposentados e autoridades públicas do Estado à época, como o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, começam a reconstruir a partir desta segunda-feira (8) perante o júri, mais de 20 anos depois, as versões de que os crimes foram praticados sem chance de defesa às vítimas, como sustenta a acusação, ou em cumprimento a ordens de superiores, como alega a defesa.
O episódio, classificado pela OEA (Organização dos Estados Americanos) em 2000 como massacre, aconteceu na extinta casa de detenção do Estado em 2 de outubro de 1992. Ao todo, 111 presos morreram e 87 ficaram feridos. O saldo final não teve PMs mortos, mas 22 homens da corporação se feriram.
Como são réus soltos, os PMs não são obrigados a comparecer ao próprio julgamento, que tem previsão de durar duas semanas no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste de SP). "Mas me causaria muita perplexidade a pessoa que se diz inocente não querer se defender", afirmou um dos promotores do caso, Márcio Friggi.
O julgamento foi dividido em quatro partes pelo juiz do Fórum de Santana (zona norte de SP), José Augusto Nardy Marzagão designado para o caso, a fim de que os jurados possam analisar o fato conforme a ordem de entrada dos PMs no pavilhão 9 nos pavimentos em que as mortes ocorreram. Assim, os 26 réus de agora respondem por homicídio qualificado por 15 assassinatos no segundo pavimento do pavilhão, equivalente ao térreo.
Fonte: bol
-
0 comentários:
Postar um comentário